Síndrome de Burnout entra na lista de doenças da OMS

A Síndrome de Burnout foi oficializada recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma síndrome crônica. Enquanto um “fenômeno ligado ao trabalho”, a OMS incluiu o Burnout na nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2022.

 

MATERIAL EXTRA:
Veja tudo sobre a CID 11 – Site em inglês da OMS
CID11 na integra – Conteúdo em inglês

 

Essa é uma síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso.

É caracterizado como uma síndrome ocupacional, que pode acarretar em sentimentos de:

  • exaustão ou esgotamento de energia,
  • aumento do distanciamento mental do próprio trabalho,
  • sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho,
  • redução da eficácia profissional.

“Uma das consequências mais marcantes da síndrome de Burnout é o da barreira que ela impõe entre o profissional e o paciente. Nestes casos, quanto mais sofrimento o paciente apresenta, mais indiferente o profissional parece se tornar, como se existisse uma barreira poderosa entre os dois”, explica a psicóloga Marilda Novaes Lipp, fundadora do Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS).

Como a síndrome não exige notificação compulsória, o Ministério da Saúde não consegue contabilizar com precisão o número de brasileiros que são afetados por ela.

Segundo dados da Secretaria de Especial de Previdência e Trabalho, na comparação entre os anos de 2017 e 2018, o crescimento de benefícios de auxílio-doença com a doença chegou a 114,80%.

O número de benefícios pulou de 196 para 421.

Uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma-BR) em 2018 calcula que 32% dos trabalhadores no país padecem dela, seriam mais de 33 milhões de cidadãos.

Em um ranking de oito países, os brasileiros ganham de chineses e americanos, só ficando atrás dos japoneses, com 70% da população atingida.

  • Policiais,
  • professores,
  • jornalistas,
  • médicos,
  • enfermeiros,

estão entre as profissões mais afetadas pela pane física e mental.

 

Saiba identificar os sintomas do Burnout

Entre os principais sintomas de Burnout, estão:

  • nervosismo,
  • cansaço excessivo físico e mental,
  • prostração,
  • dor de cabeça frequente,
  • pressão alta,
  • dores musculares,
  • problemas gastrointestinais,
  • alterações nos batimentos cárdiaco,
  • alterações no apetite e no humor,
  • insônia,
  • dificuldade de concentração,
  • sentimentos de fracasso,
  • incompetência e insegurança,
  • negatividade constante,
  • isolamento.

 

Tratamento

O tratamento é realizado basicamente com psicoterapia, podendo incluir o uso de medicamentos, como antidepressivos e/ou ansiolíticos.

O recurso terapêutico começa a dar resultado entre um e três meses, mas pode perdurar por mais tempo, conforme cada caso.

Mudanças nas condições de trabalho e no estilo de vida são muito positivas.

A atividade física regular e os exercícios de relaxamento são indicados para aliviar o estresse e controlar os sintomas da doença.

 

RESUMO

A definição de burnout na CID-11 é:

Burnout é uma síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso.

É caracterizada por três dimensões:

• sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia,
• aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho,
• redução da eficácia profissional.

A burnout se refere especificamente a fenômenos no contexto ocupacional e não deve ser aplicada para descrever experiências em outras áreas da vida.

Essa síndrome também foi incluída na CID-10, na mesma categoria da CID-11, mas a definição é agora mais detalhada

A Organização Mundial da Saúde está prestes a iniciar o desenvolvimento de diretrizes baseadas em evidências sobre o bem-estar mental no local de trabalho.

Fonte:

OMS. Organização Mundial da Saúde

PuBMed. Base de dados online de acesso gratuito a referências e resumos de revistas científicas da área  de saúde. São indexados nesta base aproximadamente 5.400 periódicos dos Estados Unidos e de mais 80 países.

OPAS. Organização Pan Americana de Saúde

Mundiblue.

 

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