Apesar de sofrida, a síndrome do impostor pode ajudar no desempenho profissional

Segundo pesquisa, quem se julga uma fraude no trabalho demonstra habilidades interpessoais mais aguçadas.

As mulheres estão entre as principais vítimas da síndrome do impostor (Foto: Shutterstock).

 

Você não está sozinho.

Em algum momento da carreira (ou em vários deles), sete em cada dez pessoas já foram acometidas pela síndrome do impostor.

Aquela sensação terrível de incompetência e inadequação.

As mulheres e os negros são as vítimas mais frequentes do sentimento de que nossas conquistas profissionais não são merecidas e que, muito em breve, seremos desmascarados e todos descobrirão que não passamos de uma grande fraude.

Um estudo recente traz uma revelação surpreendente sobre o assunto.

Apesar de incômoda, a síndrome do impostor pode tornar nosso trabalho melhor, segundo reportagem do Business Insider.

Conduzido por Basima Tewfi, pesquisadora da MIT Sloan School of Management, nos Estados Unidos, o trabalho mostra que os colaboradores que se consideram uma enganação demonstram habilidades interpessoais mais aguçadas.

Eles parecem agir mais focados no outro, ouvem com mais atenção, são mais interessados no que seus pares têm a dizer, encorajam mais seus colegas e têm mais empatia.

Além disso, reforça Basima, essas pessoas desenvolvem uma linguagem corporal melhor e tendem a fazer mais contato visual. 

Especialista em psicologia do ambiente corporativo, a estudiosa baseou sua pesquisa em uma série de estudos de campo com funcionários de uma empresa de consultoria de investimentos, médicos em treinamento em um hospital e colaboradores de empresas de diversas indústrias de diferentes tamanhos.

É importante ressaltar que  nenhum dos entrevistados teve um desempenho profissional inferior às pessoas que não sofrem da síndrome do impostor. 

Estaria tudo bem se o sentimento de incompetência não fosse extremamente desagradável e, frequentemente, sofrido.

Para se livrar dele, Basima sugere o exercício da “reavaliação cognitiva”, pensar de forma diferente sobre uma situação.

“O fato de você seguir no trabalho  significa que você está qualificado, e que suas habilidades interpessoais provavelmente têm muito a ver com onde você está. Se você decidir falar em uma reunião, vai fazer isso bem porque é aí que você se destaca.” Diz.

O mesmo vale para os chefes com a síndrome.

Vários levantamento já demonstraram que as qualidades mais desejadas e apreciadas pelos funcionários nos líderes eram autenticidade e empatia.

Eles não querem como  superior um especialista, que pareça saber tudo.

Querem, sim, um ouvinte generoso.

“O que as pessoas querem é humildade – alguém que não tenha medo de dizer: Não sei a resposta para isso. O que está em sua mente? O que não estou vendo?”, afirma W. Brad Johnson, professor de psicologia da Academia Naval dos Estados Unidos.

No artigo do Business Insider, os especiallistas concordam: A última coisa que você precisa é de alguns acadêmicos dizendo para você não se preocupar com sua autoestima prejudicada porque você é um bom ouvinte.

Não mesmo.

Eles lembram que é importante ter um círculo interno de pessoas que ofereçam suporte e ajudem a resolver problemas.

Essas pessoas não precisam estar em sua empresa, tampouco trabalhar na mesma área.

“Encontre sua tribo”, recomenda.

 

Fonte:

Época Negócios.

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