Se a Inteligência Emocional – IE é extremamente importante para a Qualidade de Vida das pessoas, uma carreira profissional de sucesso e o progresso da Humanidade, não há dúvidas que essa habilidade deve ser desenvolvida desde cedo na vida do ser humano.
Todo o contexto da IE surgiu há muito tempo, mas foi preciso que o índice de depressão aumentasse, assim como de outras doenças psicológicas e que as máquinas ocupassem seu espaço no mercado de trabalho para o ser humano perceber a importância de cuidar das suas emoções.
Tão grande é a valor das competências comportamentais e do relacionamento interpessoal, que essa exigência chegou nas escolas do país.
O que é a BNCC?
A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) é um documento que orienta a criação dos currículos escolares nas escolas públicas e particulares do Brasil, conforme definido na Lei nº 9.394/1996.
Referência nacional, as 10 competências principais estabelecidas pela BNCC devem garantir um ensino de qualidade, que realmente prepara os alunos para a sociedade atual e consequentemente, para o crescimento do país.
“A BNCC estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, a Base soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.“ Fonte: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
Quais são as 10 competências socioemocionais estabelecidas pela BNCC?
1. Conhecimento
Aqui refere-se ao conhecimento geral, como histórico, científico, social, digital e cultural. Tudo isso para que o aluno compreenda o mundo ao seu redor e coopere para uma sociedade mais justa e inclusiva.
2. Pensamento científico, crítico e criativo
O objetivo principal é desenvolver o uso da criatividade para a resolução dos problemas da Humanidade. Também trabalha a habilidade de fazer perguntas, interpretação, dedução e intuição.
3. Repertório Cultural
Dialogando com as áreas de linguagem e ciências humanas, tem o objetivo de desenvolver no aluno a capacidade de construir e identificar a sua própria identidade, compreendendo a sua e outras culturas, respeitando as diferenças.
4. Comunicação
Estimula a habilidade de se comunicar e expressar de forma respeitosa e clara, dialogando com os diversos tipos de personalidade.
5. Cultura digital
Fator extremamente importante nos dias atuais e que tem tendência a só aumentar nos próximos anos, essa habilidade engloba todas as disciplinas do aluno. Destaca, principalmente, o uso da tecnologia com ética e olhar crítico, compreendendo o impacto de cada ação tecnológica no mundo.
6. Trabalho e projeto de vida
Relaciona-se à capacidade de tomar decisões sobre a sua própria vida profissional e pessoal, usando todo o conhecimento que possui. Desenvolve, também, um olhar crítico para o futuro, sendo capaz de planejar suas metas e objetivos a curto e longo prazo.
7. Argumentação
Para construir um pensamento ético e socioambiental, o ser humano precisa ter argumentos com base, fatos e evidências consistentes. Isso deve ser desenvolvido principalmente nas áreas de humanas, como ciências.
8. Autoconhecimento e autocuidado
Foca na capacidade do aluno se conhecer e valorizar, tanto sobre o próprio corpo como estado mental. Assim, conseguirão ter uma vida saudável e compreender sua identidade no meio de tantas influências culturais.
9. Empatia e cooperação
Desenvolve um olhar de cooperação com o próximo, ajudando na resolução de conflitos e inibindo qualquer tipo de preconceito. Valorizando as adversidades e diminuindo desigualdades.
10. Responsabilidade e cidadania
Última competência, porém tão importante quanto cada uma das citadas anteriormente, aqui, o objetivo da BNCC é construir uma sociedade ética e responsável. Incentiva o aluno a ser participativo em diversos problemas que envolve o ambiente e o mundo que está (micro e macro).
Afinal, as competências socioemocionais funcionam?
As competências socioemocionais citadas acima foram estabelecidas pelas BNCC, aprovadas e homologadas em 2017, para serem incluídas obrigatoriedade a partir de 2020 nos currículos escolares do país.
Todas elas desenvolvem nas crianças e adolescentes a consciência sobre quem são, seus pontos fortes, como se desenvolver e o que precisa ser melhorado.
Estudos recentes comprovam o benefício imediato e a longo prazo da educação socioemocional.
Por exemplo, uma pesquisa realizada pela Universidade de British Columbia, Universidade de Illinois em Chicago e Universidade de Loyola constatou que:
- Alunos que participaram de programas socioemocionais se formaram na Universidade com uma taxa 11% maior;
- Taxa de conclusão do ensino médio foi 6% maior;
- Uso de drogas e problemas de comportamento foram 6% menores;
- Taxas de detenção foram 19% menores;
- Diagnósticos de transtornos mentais foram 13,5% menores;
- Melhora no comportamento social, comprometimento, autocontrole, empatia, trabalho em grupo e desempenho acadêmico.
- Diminuição de problemas de conduta, prática de bullying, reprovação escolar, doenças psicológicas e uso de substâncias químicas;
- As crianças foram beneficiadas independente de raça, contexto socioeconômico ou localização geográfica.
Como está a saúde emocional dos alunos e trabalhadores brasileiros atualmente?
Insegurança, falta de perspectiva, pensamentos negativos, mãos suando e preocupação demais.
Esse é o cenário dos estudantes brasileiros segundo estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): nossos alunos estão entre os mais estressados do mundo, perdendo apenas para a Costa Rica.
Quando são inseridos no mercado de trabalho, não estão preparados para a pressão e instabilidade do mundo corporativo. O que leva ao surgimento de outras doenças psicológicas.
Segundo pesquisa divulgada pela Isma-BR, a cada dez brasileiros do mercado de trabalho, nove apresentam sintomas como ansiedade e depressão.
Se não mudarmos isso rapidamente, até 2030 a depressão ocupará o primeiro lugar em causas mundiais de invalidez no mercado de trabalho, interferindo na economia mundial.
Ou seja, precisamos aprender desde cedo a olhar para as nossas emoções para não sofrermos consequências graves ao decorrer da vida.
As competências socioemocionais se baseiam na Inteligência Emocional
É muito importante que a escola cumpra o seu papel no desenvolvimento das competências socioemocionais, porém, a família tem um papel essencial nisso!
Se a Inteligência Emocional, o gerenciamento das emoções, é a base que educará seres humanos mais preparados para o século XXI, quem não teve a oportunidade de aprendê-la na escola precisa desenvolver essa habilidade agora mesmo.
Fonte:
Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional – Sbie.
