Tudo o que você precisa saber sobre seringas

Quem tem experiência com administração de injetáveis está bem familiarizado com uma seringa, afinal, este dispositivo faz parte de uma rotina profissional. Apesar disso, muitos profissionais da área da saúde não conhecem alguns conceitos e informações que são importantes e interessantes como os Tipos de seringas usadas nas aplicações pelas vias intramuscular, subcutânea, intradérmica e endovenosa.

 

Modelo de seringa preenchida. Utilizadas em campanhas de vacinação contra gripe nas instituições e empresas privadas. Algumas seringas de insulina também são preenchidas.  Mundiblue.

 

A seringa é feita de um conjunto de estruturas e ela tem várias partes.

Conhecer as suas particularidades faz toda diferença.

Por isso, veja nos tópicos abaixo informações importantes sobre o uso desse instrumento. 

A seringa e suas propriedades 

Partes de uma seringa

  • Cilindro ou corpo é a parte da seringa que comporta o medicamento. Nele está gravada a graduação, que permite a medição precisa da dose.
  • As flanges permitem que os dedos do profissional tenham apoio durante o movimento do êmbolo. Isto evita movimentos bruscos, que podem causar maior desconforto e falhas no procedimento.
  • O êmbolo promove a aspiração e injeção do medicamento. Em uma de suas extremidades está a base do êmbolo.
  •  O stopper (pistão ou rolha de retenção), garante a vedação e graduação do volume a ser aplicado.
  • O bico, estrutura onde ocorre o encaixe da agulha. Ele pode ser do tipo luer lock, em que o encaixe é giratório/movimento em rosca. Outro tipo é conhecido por slip, que permite o encaixe por pressão.

As seringas podem apresentar dispositivos de segurança.

Eles devem ser acionados imediatamente após a injeção para permitir reduzir o risco de acidentes percutâneos que podem causar a transmissão de agentes biológicos como os vírus HIV, Hepatite B e C.

Diferenças entre as seringas

Existem seringas graduadas em mililitros (mL).

As mais encontradas são: 

  • 1 mL,
  • 3 mL,
  • 5 mL,
  • 10 mL 
  • 20 mL.

Estas são suas respectivas capacidades, ou seja, a quantidade total (em mililitros) de medicamento que pode estar contida nas seringas.

*Seringas graduadas em unidades de insulina são específicas para este medicamento.

 – Há também as seringas preenchidas, que já vêm prontas para o uso.

Elas contêm a dose precisa do medicamento.

O preparo e aplicação com este tipo de seringa é mais prático, rápido e fácil.

Outra vantagem é a redução de desperdício de medicamento.

Pensando em Segurança do Paciente, este tipo de seringa é a opção mais indicada.

Um estudo identificou que os riscos de erros podem ser reduzidos em até 17 vezes quando comparamos seringas preenchidas com ampolas.

E por falar em segurança, saiba que a escolha da seringa é um ponto importante para evitar erros de dose!

Como escolher a seringa

Se o medicamento é apresentado em seringa preenchida, o processo é bem simples.

A etapa da escolha da seringa é eliminada.

Em contrapartida, para preparar a dose de um medicamento apresentado em ampola ou frasco-ampola, você precisa escolher a seringa mais adequada.

Ela deve ter capacidade e escala de graduação compatível com a prescrição.

Considerando uma prescrição de 0,3 mL de um medicamento, pode-se usar uma seringa de 1 mL ou de 3 mL.

Já as seringas de 5 mL ou maiores não são indicadas, pois elas têm escala de graduação de 0,2 em 0,2 mL.

Veja na figura abaixo a escala de graduação de duas seringas diferentes.

A seringa A tem escala de 0,1 mL e a seringa B tem escala de 0,2 mL.

Para seringa de insulina, deve-se ter muita atenção!

Existem seringas com graduação de 2 em 2 unidades.

Neste caso, só é possível aplicar doses pares.

Quando a prescrição é de uma dose ímpar, utilize seringas que tenham escala de 1 em 1 unidade, pois estas permitem a aplicação tanto de doses pares, quanto de doses ímpares.

Há também uma seringa de insulina que permite a injeção de doses ainda menores, como de 0,5, 1,5, 2,5 unidades de insulina.

Nas figuras abaixo é possível verificar exemplos destes 3 tipos de escalas de seringas de insulina.

E além da escala, um outro ponto de atenção: a capacidade total da seringa.

Uma dica importante é: não use seringas com capacidade igual ou muito próxima do volume prescrito.

No vídeo você encontra exemplo que explica bem isso.

Veja:

 

Como vimos, uma seringa pode ter diferentes tipos de bicos.

O luer lock permite um encaixe mais firme, feito por um movimento giratório.

Ele é o ideal para injeção intramuscular.

Já o bico slip, que pode estar centralizado ou pode ser lateralizado, permite o encaixe da agulha por um movimento de pressão.

Em procedimentos em que agulha atinge um tecido mais superficial, como endovenosa, subcutânea e intradérmica, este tipo de bico pode ser utilizado.

Ele também é necessário para alguns procedimentos realizados em hospitais.

É muito importante estar atento a todos estes cuidados para evitar erros de dose. 

Seringa preenchida

E se o medicamento é apresentado em seringa preenchida?

Como vimos antes, o processo da administração do medicamento é mais simples, como a dose já é apresentada pronta para o uso, você não precisa se preocupar com a escala de graduação, como medir a quantidade de medicamento, nem escolher uma seringa maior ou menor.

*Seringas preenchíveis apresentam vantagens quando comparadas com seringas tradicionais e a ampolas/frascos.

O tempo de preparação de uma dose de medicamento em seringa preenchida é 2 vezes mais rápida quando comparada a frascos/ampolas.

Cuidados no manuseio da seringa

Para garantir que o medicamento utilizado se mantenha estéril antes da sua abertura, dois pontos são fundamentais:

– validade,
– integridade da embalagem.

É fundamental saber que seringas são de uso único, estéreis e descartáveis.

A conservação destes materiais deve ser feita em temperatura ambiente, em local seco e limpo, o que vai garantir a manutenção destas características.

Tenha em mente que durante o preparo da dose há risco de contaminação.

É necessário estar com as mãos higienizadas, abrir a embalagem da seringa por uma das extremidades, nunca tocar nas agulhas, demorar o mínimo de tempo possível para aspirar a dose e aplicar logo depois do preparo.

São recomendações válidas independente do medicamento e do tipo de seringa que você for usar.

Elas aumentam a segurança do paciente na aplicação de injetáveis

 

 

Fonte:

BD: um dos principais fabricantes de seringas do mundo.

Aplicar –  conteúdo em saúde.

Mundiblue.

Referencias:

  1. Adapa RM, Mani V, Murray LJ. Errors during the preparation of drug infusions: a randomized controlled trial. Br J Anaesth. 2012;109(5):729-734.
  2. Vogl TJ, Wessling J, Buerke B. An observational study to evaluate the efficiency and safety of ioversol pre-filled syringes compared with ioversol bottles in contrast-enhanced examinations. Acta Radiol. 2012;53(8):914-920. 
  3. Gomes M, Romcy H. Avaliação econômica da utilização de seringa pré-enchida versus seringa preenchida manualmente para flushing em pacientes com cateter venoso central na perspectiva de operadoras de saúde. J Bras Econ Saúde. 2018; 10(3): 239-45.
  4. Subhi Y, Kjer B, Munch IC. Prefilled syringes for intravitreal injection reduce preparation time. Dan Med J. 2016;63(4):A5214.
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