5 comportamentos tóxicos que podem arruinar a sua carreira.

Esperar sentado sua próxima promoção pode não só trazer frustração como brecar suas possibilidades de crescimento.

 

Networking: lembre-se que o mercado é formado por pessoas, não por empresas (Getty/Getty Images).

 

Os últimos anos foram bastante tumultuados para o executivo brasileiro.

Em Março de 2020, fomos pegos de surpresa pela pandemia de covid-19 avançando pelo Brasil em pleno Carnaval, levando a uma profunda reformulação de metodologias de trabalho por parte das empresas e seus gestores.

Já se passaram 2 anos e muita coisa mudou.

Com tantas disrupções, veja cinco comportamentos tóxicos que podem se mostrar fatais para a sua carreira, nesse Brasil pós-pandêmico

1 – Achar que DE&I é mais uma modinha que vai passar

O mundo dos negócios já passou por diversas ondas que levaram gestores a se adaptar ou seguir certas filosofias que acabaram com o tempo se mostrando inócuas ou não transformadoras como se previam.

Comando e controle, asfixiar fornecedores buscando maior retorno possível, a disciplina mata a criatividade, entre outros, já foram mantras que se provaram ineficazes com a modernização do mundo dos negócios.

Diversidade por outro lado não é uma modinha, é um acerto tardio de uma situação de desequilíbrio histórico que será consertado, quer você participe ou não desse movimento.

Já foi mais do que provado que a diversidade, aliada a equidade e a inclusão (sendo que sem elas nada funciona), gera lucro na última linha do balanço.

Assim, se você é um homem de meia-idade em uma posição de liderança, ou abraça a causa de verdade e faz sua parte, ou receio que possa se arrepender em muito breve de não tomar uma posição.

2 – Pensar que consciência digital é coisa de geração Z criadora de startups

Se você tem ao redor dos 50 anos, infelizmente nasceu analógico.

Tendo nascido analógico e aprendido a lidar com um mundo cada vez mais digital e globalizado me gera enorme esforço e disciplina, pois muitas vezes acaba sendo contra-intuitivo para nossa geração pensar em soluções digitais ao invés de pegar o velho caderninho de anotações para listar nossas ideias.

Sei que você não tem planos de montar um aplicativo e criar uma tech hoje, mas sendo um líder de uma geração nascida digital, em um mundo em constante mudança, que passou por uma enorme disrupção recente, se não começar a melhorar sua consciência digital agora, estará fadado ao mesmo destino do caderninho de anotações. (Lembrando, que o caderninho de anotações, um dia pode salvar a sua vida laboral, não desdenhe dele, guarde-o com carinho e utilize -o sempre que necessário). Mundiblue.

3 – Ter medo de tomar riscos ou decisões duras

O mundo do trabalho não é para amadores.

Quando estamos subindo na carreira, muitas vezes dependemos de nossa contribuição individual ou de resultados de nossa área funcional.

O duro é quando avançamos e nos tornamos líderes.

Nesse momento, nos é esperado a senioridade e o discernimento para tomar decisões que muitas vezes podem ser complexas e gerar enorme fricção nas organizações.

O problema é que muitos gestores acabam tentando se esconder nesse momento, como se não quisessem ser responsáveis por um problema futuro.

Junto com isso, a nova geração simplesmente não aceita comando e controle como antes, sendo questionadora e muitas vezes dura com seus superiores, de forma que a geração mais sênior nunca sentiu antes.

Como qualquer pai de adolescente sabe bem, decisões duras têm de ser tomadas todos os dias e viver é se arriscar, assim não se esconda de suas responsabilidades. Se você é um gestor que cresceu na carreira, é esperado que tome decisões duras e rápidas e que assume riscos.

Se errar assuma, se levante e parta para outra.

Os isentos ficarão para trás.

4 – Não valorizar o networking ou as relações humanas

A principal maneira de não valorizar o networking é não fazê-lo.

Confiante de que sua carreira depende apenas dos processos objetivos, algumas pessoas se isolam e não se comunicam com outros profissionais, pessoas da sua área e afins.

Essa é uma das atitudes que mais prejudicam o executivo, pois o networking é uma das principais pontes para progredir na carreira.

Profissionais que contam com indicações têm maiores chances de inserção, recolocação ou promoção no mercado de trabalho.

Outro ponto de prejuízo é que quando você não se comunica com colegas, deixa de se atualizar e ampliar sua visão sobre questões relacionadas à própria profissão.

Em síntese, você acaba atrofiando seus conhecimentos e habilidades.

Quando crescemos na carreira, passamos a não ter mais tempo para um almoço com um colega de faculdade, com amigos conectados, ou um happy hour com uma turma mais eclética fora do seu ciclo profissional.

Se você não criar essa agenda para você mesmo, vai acabar sobrando tempo demais quando estiver desesperado fora do mercado.

O mercado é formado por pessoas, não por empresas.

5 – Pensar em uma carreira hierárquica vertical

O trabalho do futuro está mudando, e rápido.

Crescer na carreira como fizemos até pouco tempo atrás, muitas vezes ficando anos na mesma empresa e subindo os degraus hierárquicos passo a passo vão ficar no passado.

Algumas tendências que surgem são a carreira Slash, conceito que vem sendo aplicado a profissionais que exercem várias atividades simultaneamente, operando de maneira híbrida e atuando com múltiplas carreiras.

O termo em inglês tem como significado a palavra “barras”, que deseja ilustrar o conceito de que é aquele que tem renda oriunda de múltiplas carreiras, com o objetivo de equilibrar o que ama com o que precisa fazer.

Também temos visto o C-Level-as-a-service crescer, no conceito que um executivo pode ser por exemplo um CMO em mais de uma empresa, dividindo seu tempo e relativizando custos sem detrimento de entregas.

Você pode sim ser um diretor comercial de três empresas diferentes, que trabalha como chefe de cozinha e ainda atua como professor de música.

Esperar sentado sua próxima promoção, pode não só trazer frustração como brecar suas possibilidades de ganhos… financeiros e mentais!

 

Fonte:

Exame.com

André Freire –  sócio-diretor da EXEC, consultoria de projetos de seleção de C-Level, estrutura de governança, montagem de conselhos e programas de desenvolvimento de lideranças. Atua como Presidente do Conselho da ONG Make-a-Wish e membro do YPO.

Mundiblue.

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