A taxa de letalidade da doença beira 0,6%, segundo os últimos estudos citados pela entidade.
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A bala de prata, segundo a lenda, é o único tipo de munição capaz de matar o lobisomem.
E apesar das várias tentativas de encontrar a bala de prata que acabe com o coronavírus, pode ser que nunca exista.
Esse foi o alerta feito nesta segunda-feira dia 03/08/20 por Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), que usou essa expressão popular em inglês para se referir a uma panaceia, um remédio definitivo contra uma doença que infectou 17,5 milhões de pessoas e causou 686.000 mortes em todo o mundo em apenas alguns meses.
“Várias vacinas estão na fase três dos ensaios clínicos e todos nós esperamos que delas saiam vacinas eficazes para ajudar a impedir que as pessoas se infectem mas, no momento, não há bala de prata e pode ser que nunca exista”, disse o chefe da OMS em uma conferência de imprensa – Genebra.
Por esse motivo, Ghebreyesus fez um chamado para a perseverança nas medidas que até agora deram resultado na contenção da pandemia, o básico em saúde pública e controle de doenças:
- testes,
- isolamento,
- tratamento de pacientes e
- rastrear e pôr em quarentena os seus contatos,
lembrou o especialista.
Para os cidadãos:
- máscaras,
- distanciamento seguro,
- higiene frequente das mãos,
- tossir de forma segura em relação aos outros.
Insistiu!
Os especialistas desse órgão da ONU enfatizaram a necessidade de interromper a cadeia de contágios, já que o percentual de mortes entre os infectados é muito alto.
A chefa do Departamento de Doenças Emergentes da OMS, María Van Kerkhove, explicou que, embora o porcentual de mortes entre os casos diagnosticados de covid-19 (686.000 de 17,5 milhões) esteja próximo de 4%, a taxa real provavelmente é menor do que 1%, mais especificamente, 0,6%, segundo os estudos citados por ela.
Embora seja um porcentual que, em princípio, pode não parecer muito alto, na realidade é, se for levada em consideração a grande capacidade de transmissão da doença.
Ghebreyesus pediu aos países que conseguirem controlar a transmissão que se mantenham vigilantes, já que suspender as restrições cedo demais pode dar origem a surtos.
Por sua vez, o diretor de Emergências de Saúde da OMS, Mike Ryan, alertou que em países com alta transmissão da doença, como Brasil e Índia, o caminho de saída ainda é longo e requer um compromisso sustentado.
Em alguns casos, antecipou, será necessário que os Governos deem um passo atrás e reconsiderem sua estratégia para verificar se estão fazendo tudo o que podem contra o vírus.
Manter o aleitamento materno
O diretor-geral da OMS também enfatizou que os serviços de saúde devem fomentar a amamentação, mesmo que se suspeite ou se confirme que as mães ou seus bebês estão com covid-19.
“Os benefícios superam em muito os riscos de contágio”, disse Ghebreyesus, por ocasião da Semana Mundial do Aleitamento Materno, que vai de 1 a 7 de agosto.
Ele também pediu que seja mantido o contato pele a pele com o recém-nascido, o método canguru.
Durante a pandemia, a falta de informações sobre as consequências da doença em mulheres grávidas e nos bebês, bem como o medo de contágio, fez com que muitos hospitais abandonassem essas práticas e separassem as mães dos recém-nascidos, apesar de a OMS quase desde o início ter informado que isso não era necessário.
Fonte:
Organização Mundial da Saúde – OMS
Organização das Nações Unidas – ONU