Lipedema: doença vascular crônica que causa o aumento desproporcional de gordura nas pernas e algumas vezes nos braços, provocando dor na região afetada.

Condição é caracterizada por acúmulo anormal de gordura nas pernas, além de inchaço, dores e incômodo.

Foto: Internet.

Recém descoberto pela medicina, relativamente silencioso, mas que provoca insegurança a quem tem, o lipedema é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo desproporcional de gordura nas pernas e braços.

Condição que atinge cerca de 12% das mulheres brasileiras.

A cirurgiã vascular Carol Mardegan explica, que a condição também conhecida como síndrome da gordura dolorosa está associada ao hormônio estrogênio e pode ser desencadeada em momentos específicos como:

  • puberdade,
  • gestação,
  • uso de anticoncepcionais,
  • tratamentos para engravidar.
  • menopausa.

“O lipedema é um problema de saúde muito frequente, subdiagnosticado e mal compreendido. O diagnóstico e tratamento precoce podem melhorar a qualidade de vida e reduzir complicações,” afirma Mardegan, que é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.

Reconhecida como parte da Classificação Internacional de Doenças (CID) somente em 2022, traz consequências físicas, como:

  • problemas circulatórios,
  • insuficiência venosa e rigidez, 
  • emocionais –  como baixa autoestima e insatisfação com o próprio corpo.

Sobre o tratamento, a cirurgiã destaca:

  • Terapia de compressão,
  • drenagem linfática,
  • hidratação da pele,
  • exercícios,
  • controle de peso,
  • terapia nutricional,

são as principais medidas para amenizar os sintomas.

Em casos específicos e extremos, a cirurgia de diminuição daquele tecido adiposo pode ser uma opção.

Mardegan considera o posicionamento público um gesto muito relevante para conscientizar outras pessoas sobre o lipedema.

“Promove uma sociedade mais inclusiva e compreensiva, onde as pessoas com lipedema não se sentem isoladas ou julgadas. Proporciona uma plataforma para pacientes compartilharem experiências e obterem apoio emocional e prático. E ajuda os pacientes a se sentirem compreendidos e apoiados, aumentando sua capacidade de buscar e exigir o tratamento adequado,” explica.

Os estágios

Estágio 1

Nesse estágio, aparenta ser um inchaço como se alguém estivesse de pé o dia todo. Em todas as fases do Lipedema, esta é a mais negligenciada pelos médicos. As mulheres geralmente são instruídas a reduzir o sal e perder peso. Como não parece uma doença, não é tratada devidamente.

Estágio 2

A pele apresenta textura irregular, similar à celulite, e o tecido gorduroso fica mais saliente, com montes maiores de tecido. Nessa fase os pés ainda não são afetados pelo Lipedema.

Estágio 3

O Lipedema passa de uma aparência de “pernas grandes” para uma aparência mais deformada. Algumas mudanças aparentes no estágio 3 são a deposição significativa de gordura ao longo das pernas. Essa gordura começa a formar dobras e a pesar sobre os quadris, joelhos e tornozelos. Outra mudança aparente é que o tecido das pernas torna-se fibroso e mais duro ao toque.

Estágio 4

Torna-se gravemente comprometedor para a saúde. Além dos desafios de mobilidade que os grandes depósitos de gordura causam, outros sistemas do corpo são afetados. Quando as pernas atingem o estágio 4, o sistema linfático fica comprometido, o que causa um acúmulo perpétuo de fluido. Com o tempo, isso se desenvolve em Linfedema. Essa condição é então muitas vezes referida como “Lipo-Linfedema”.

“É importante lembrar que Lipedema não tem cura, mas tem tratamento para evitar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida”. Silânia Costa, enfermeira do trabalho, diretora na empresa Mundiblue.

Fonte:

Médica .Cirurgiã Vascular Carol Mardegan – membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.

O Globo.

Silânia Costa, enfermeira do trabalho, diretora na empresa Mundiblue. Acrescentou a reportagem.

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