Quando uma pessoa fica 48 horas sem fumar a nicotina já não está mais presente em seu organismo, mas os efeitos do tabagismo ainda ficam presentes por muito tempo.
Parar de fumar não é fácil.
É uma tarefa que exige antes de tudo, muita força de vontade.
Estamos falando de um processo que envolve a dependência química da nicotina.
O tabagismo é uma doença e precisa ser tratada com ajuda profissional.
“Existem várias alternativas para auxiliar o dependente a deixar o vício e elas variam conforme o caso: adesivo de nicotina, antidepressivos, inibidores específicos, acompanhamento psicológico. É sempre importante consultar um especialista que vai avaliar o perfil do paciente e indicar a melhor opção”, explica Dr. Jefferson Gross, Diretor do Núcleo de Pulmão e Tórax do A.C.Camargo Cancer.
Veja: como o seu corpo reage quando você decide parar de fumar.
Após:
- 20 minutos: os batimentos cardíacos e a pressão arterial se normalizam;
- 12 horas: o nível de monóxido de carbono desce para parâmetros saudáveis;
- 48 horas: a nicotina é eliminada, o que melhora o olfato e o paladar;
- 72 horas: já é possível sentir uma melhora na capacidade respiratória;
- 2 a 12 semanas: a circulação sanguínea e a função pulmonar melhoram bastante;
- 1 a 9 meses: tosse e respiração entrecortada, típica dos fumantes, se tornam raras;
- 1 ano: o risco de doença cardiovascular (como um infarto) cai pela metade;
- 5 anos: a chance de ter um acidente vascular cerebral fica próxima a de não fumantes;
- 10 anos: cai 50% o risco de desenvolver o câncer de pulmão;
- 15 anos: o risco de câncer para o ex-fumante se equipara ao de quem nunca fumou.
Dr. Jefferson também destaca uma preocupação grande com o público jovem.
“Muitos começam a fumar por autoafirmação e pela falsa sensação de liberdade, mas na verdade estão entrando em um vício que poderá aprisioná-los futuramente”, alerta.
O tempo de exposição ao fumo também é preocupante e quanto mais jovem a pessoa começar a fumar, maior a chance de complicações de saúde no futuro.
Não desanime
Quem já tentou e não teve sucesso em parar de fumar, não deve desanimar e precisa sempre se dar uma nova chance.
Quando o organismo deixa de receber as mais de 4.700 substâncias tóxicas do cigarro, os riscos de desenvolver doenças relacionadas ao tabaco começam a diminuir.
Além disso, há outros reflexos imediatos como melhora da qualidade do sono, do paladar e da disposição para atividades do dia a dia.
Dicas para parar de fumar
- Evite locais com fumantes. Ficar próximo à tentação, principalmente no início, pode ser muito difícil.
- Não consuma bebida alcoólica. O consumo de álcool está intimamente ligado ao hábito de fumar.
- Concentre-se em outras atividades. Nos primeiros dias sem o cigarro, o ex-fumante tem picos de vontade de fumar, mas eles duram apenas alguns minutos. Nesses momentos a melhor saída é se concentrar em outras atividades, de preferência, que mantenha boca e mãos ocupadas, como escovar os dentes ou beber água;
- Envolva familiares e amigos na luta contra o tabagismo. Eles serão seu aliado nos momentos mais difíceis.
- Evite substituir o vício. É comum que o cigarro seja uma válvula de escape para a ansiedade. Ao parar de fumar a pessoa pode extravasar a ansiedade de outras maneiras, como consumindo alimentos poucos saudáveis. Por isso, é importante o acompanhamento de profissionais especializados, como psicólogos e nutricionistas.
Fonte:
Dr. Jefferson Luiz Gross, Diretor do Núcleo de Pulmão e Tórax do A.C.Camargo Cancer Center.
ISSEM – Instituto de Seguridade dos Servidores Municipais.