Saúde – O coração dói?

Dizem que coração não dói. Há controvérsias, no músculo cardíaco não existem todos os tipos de terminações sensitivas que há na pele, por exemplo. Ao ponto de ser possível que, se o coração fosse um órgão de mais fácil acesso, pudesse ser manuseado, cortado, costurado, sem a necessidade de anestésicos.

Esse tipo de dor, o coração não é capaz de produzir mas, o coração tem receptores sensíveis à isquemia (falha na oxigenação de seus tecidos).

A isquemia é o resultado do desequilíbrio entre o consumo e a oferta de oxigênio para um tecido.

Acontece toda vez que a demanda suplanta a oferta, por aumento da primeira ou declínio da segunda ou as duas coisas ao mesmo tempo.

Em condições assim, as células cardíacas começam a produzir energia para o seu funcionamento através de reações bioquímicas anaeróbias (sem a presença do oxigênio) que têm como sub produtos outras substâncias, cuja presença acionam receptores químicos capazes de estimular as terminações sensitivas… causando a famosa angina.

Quem já sentiu… nunca esquece!

Esta é uma condição sui generis. É melhor descrita como desconforto, já que não se assemelha a nenhuma outra sensação promovida pelo corpo humano.

Vem acompanhada de um mix de outras sensações mal definidas como:

  • palidez,
  • suores frios,
  • palpitação,
  • taquicardia,
  • sensação de fraqueza,
  • tonturas,
  • náuseas e vômitos.

Não é facilmente localizada no músculo cardíaco : A angina é descrita como um mal estar no meio do peito (precórdio – região torácica localizada na frente do coração), da cintura para cima, podendo se estender aos braços, às costas, ao pescoço ou à mandíbula.

Pode acontecer apenas durante esforços físicos ou emoções ou durante uma crise hipertensiva, ou pode te acordar no meio da noite mais tranquila do ano (falha abrupta da oferta de O² por oclusão aguda de uma artéria coronária).

Pode ter um padrão evolutivo no tempo, ou ser logo de cara um infarto agudo.

Mas… quase sempre está acompanhada de uma coisa mal definida, usualmente chamada de sensação de morte iminente.

Ou seja, você pode não ter a mínima noção do que ela seja, mas a própria angina te avisa que algo de muito grave, limitante à própria vida, está acontecendo.

Entretanto, a isquemia do miocárdio também pode ser assintomática, ou silenciosa.

Nesse caso… seu diagnóstico vai depender de outros alertas.

É assim com os pacientes diabéticos, que por vezes recebem a notícia de que já foram vítimas de um infarto, sem nunca terem sentido nada!

E pode ser assim com pacientes não diabéticos também!

Complicado? Nem tanto.

Mas está longe de ser simples. Atualmente, existem protocolos de atendimento em salas de emergência, que guiam as tomadas de decisão pela equipe médica, com o objetivo de não liberar pra casa pacientes atendidos com a queixa de dor no peito, sem a certeza da exclusão do diagnostico da isquemia do miocárdio.

E, mesmo usando os dados da história do sintoma, dos hábitos de vida do indivíduo, da sua história familiar… mesmo com o auxílio dos exames complementares (do eletrocardiograma ao cateterismo cardíaco), mesmo que todo o processo possa durar alguns dias… Ainda assim… De tempos em tempos, ouvimos de alguém o relato de que conhece alguém que foi liberado de um atendimento médico de urgência, na vigência de um ataque cardíaco.

Portanto, simples Não é. Vamos aos fatos!

A angina é uma sensação que se origina no miocárdio, devido à sua isquemia. Tecnicamente, não pode ser chamada de dor… Mas é, sem dúvida, desconfortável.

Pode vir acompanhada ou não de outros comemorativos, e pode ser referida em graus de desconforto de vários níveis de gravidade… de 0 à 10.

Nunca subestime a complexidade do seu coração… Nem a sua importância para o bom funcionamento do seu corpo!

Faça uma avaliação anual do seu sistema cardiovascular com um cardiologista. Nesse caso… Prevenir não é apenas melhor do que remediar… pode ser a diferença entre estar bem amanhã ou simplesmente não estar por aí para contar a sua história!

 

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Fonte:

Serviços de Clínica Médica e Cardiologia – Dr. Devid Sérgio Kaller

www.davidkaller.site.med.br

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