Pesquisa internacional revela que país está acima da média global em tempo perdido com indisciplina – barulho e desordem afetam mais da metade dos docentes, divulgada pela OCDE na segunda feira dia 6 de outubro de 2025.

Os professores brasileiros gastam mais de 20% do tempo de aula tentando manter a ordem e controlar o comportamento dos alunos, segundo a edição 2024 da Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem.
Esse índice fica acima da média global de 16% e coloca o Brasil entre os países com maiores problemas de indisciplina escolar.
Além da questão disciplinar, a carga horária de trabalho dos docentes brasileiros também aumentou.
Entre 2018 e 2024, os professores em tempo integral passaram a trabalhar quase cinco horas a mais por semana, somando tempo de aula, preparação e atividades administrativas, o que contribui para o desgaste profissional.
O levantamento ouviu cerca de 280 mil docentes e diretores de 17 mil escolas em 55 sistemas educacionais.
No Brasil, os dados foram coletados entre junho e julho de 2024 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) em escolas de ensino fundamental II selecionadas aleatoriamente.
Panorama do Brasil
O tempo perdido com indisciplina no Brasil se manifesta de diversas formas e afeta diretamente a qualidade do ensino.
Os principais indicadores mostram um cenário preocupante:
- Espera por silêncio: 43% dos professores relatam perder tempo significativo esperando que os alunos se acalmem (média OCDE: 15%)
- Interrupções: 44% lidam frequentemente com interrupções de alunos durante as aulas (média OCDE: 18%)
- Barulho e desordem: mais de 50% enfrentam barulho perturbador e desordem regularmente (média OCDE: 20%).
Os professores iniciantes sofrem ainda mais com esses problemas. Cerca de 66% dos docentes com menos de cinco anos de experiência relatam enfrentar barulho perturbador frequente, enquanto entre os experientes o índice cai para 53%.
A falta de reconhecimento social agrava o problema.
Apenas 14% dos professores brasileiros se sentem valorizados pela sociedade, um dos índices mais baixos da pesquisa, embora tenha subido três pontos percentuais desde 2018.
A média da OCDE é de 22%.
O estresse também é elevado, sendo mais da metade dos docentes relatando sentir pressão devido ao grande número de aulas para lecionar e ao excesso de preparação necessária.
Além disso, 47% citam intimidação verbal por parte de alunos como fonte de estresse, um índice alarmante quando comparado à média global.
Escola e a Família
Uma das coisas que a família tem deixado de fazer é a educação familiar, que envolve a transmissão de valores que norteiam a convivência do indivíduo na sociedade.
O amor incondicional, a bondade, a honestidade, a justiça, a solidariedade, o respeito, a tolerância são considerados valores necessários para que os indivíduos cresçam bem e felizes.
Mas eles são desenvolvidos na escola ou no convívio familiar?
Especialistas afirmam que a família tem papel imprescindível na formação dos valores dos filhos.
De acordo com eles, na primeira infância, as crianças imitam tudo o que veem e o mesmo vale para os valores: que podem ser de responsabilidade da escola, mas são também reflexo das ações e atitudes dos pais principalmente.
Outros estudiosos da área reforçam a ideia e garantem que a escola desempenha papel importante, mas os professores são apenas subsidiários da educação de valores, que são de responsabilidade dos pais.
Fonte:
OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Edição 2024 da Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem.
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep.
Exame.
Porvir – Inovação em educação.
Mundiblue/Silânia Costa.