Executivos defendem liderança ativa, aprendizado contínuo e redistribuição de tarefas como caminhos para reacender a motivação e conter a sobrecarga

Muitos trabalhadores estão presos em funções que não estimulam, sustentados mais pelo medo da instabilidade do que por perspectivas de crescimento.
O resultado é um cenário em que o tédio e o esgotamento se tornaram forças centrais, corroendo a motivação individual e abrindo uma perigosa brecha de produtividade.
Prova disso é que os índices globais de engajamento estão caindo. Dados da consultoria Gallup mostram que apenas 31% dos funcionários dos Estados Unidos estão engajados, o menor índice em 10 anos.
Tédio
“Alguns funcionários estão se entregando, ativamente desmotivados e simplesmente entediados.
Estão presentes, mas desligados, permanecendo apenas porque o mercado de trabalho não está tão forte quanto antes, acrescentando que a solução para isso é que as empresas invistam nos seus trabalhadores.
Mas não com cursos aleatórios ou programas superficiais de aprendizagem e desenvolvimento, mas com intenção e planejamento bem pensados.
É vital comunicar uma compreensão clara do que sua empresa precisa para crescer e como os funcionários podem fazer a diferença.
As companhias devem tratar o desenvolvimento de funcionários como algo contínuo e obrigatório.
E isso é bom para os dois lados: os trabalhadores adquirem habilidades que podem usar em qualquer lugar, e os negócios obtêm as capacidades necessárias para competir.
O aprendizado contínuo pode tirar o tédio do funcionário e reacender seu engajamento. Mas, acima de tudo, os líderes devem priorizar o aprendizado e o crescimento e reservar tempo para isso. Na prática, a maioria dos líderes apoia o aprendizado até que ele se choque com outras prioridades urgentes.
Para fazer com que o aprendizado seja importante, alguns pontos:
- Incentive com bônus pontuais para conteúdo aprendido e aplicado.
- Comemore isso em reuniões gerais.
- Ofereça brindes especiais ou férias extras.
A questão é: seja criativo para reengajar as pessoas e potencializar o impacto da sua iniciativa.
Isso não se aplica apenas a funcionários com estabilidade, os promissores também precisam investir em seu crescimento profissional.
Precisamos treinar a próxima geração de talentos para o sucesso.
Treinamento e Desenvolvimento são um investimento que vale a pena.
Esgotamento
Para lidar com o esgotamento, algo cada vez mais comum no ambiente de trabalho moderno é oferecer uma distribuição mais inteligente da carga de trabalho.
- Construtores: criam novos sistemas, impulsionam a inovação.
- Crentes: portadores de cultura, profundamente alinhados com a missão.
- Abelhas ocupadas: executores confiáveis, muitas vezes sobrecarregados.
- Valentões: idiotas brilhantes ou influências tóxicas.
Avalie a situação atual da sua equipe.
Quem está sobrecarregado ou desocupado?
Quem é uma pessoa ocupada que precisa de alívio?
Você pode ter as pessoas certas, mas a estrutura errada.
Uma reorganização pode ser a solução.
Use uma lista de procedimentos para entender a distribuição do trabalho.
Quando surgiram desequilíbrios, é possível ajustar as cargas com mais facilidade.
“Você verá se os ajustes funcionaram nas suas discussões individuais, nas pontuações de engajamento e nas avaliações de desempenho.
É claro, ofereça programas de assistência ao funcionário e apoio à saúde mental, mas vá além para criar uma solução completa.
E não ignore os valentões.
Idiotas brilhantes causam azia na organização.
Descubra se eles podem mudar ou se precisam sair.
Um colega de equipe ruim pode acelerar o esgotamento e torná-lo insuportável.
Para avançar
Para que haja avanço nas empresas, os líderes também precisam estar engajados, inclusive com suas equipes, apoiando seu crescimento.
O avanço requer três componentes essenciais:
- O primeiro é clareza – definir o que significa sucesso para sua equipe.
- O segundo é capacidade – construir sistemas que apoiem o crescimento e reduzam o burnout.
- O terceiro é consistência – reforçar regularmente o aprendizado, o feedback e o reconhecimento.
Os líderes podem usar esta estrutura como uma ferramenta de verificação e regular para manter o ritmo e para torná-la prática:
- Revisei a distribuição da carga de trabalho na minha equipe?
- Estamos investindo em aprendizagem significativa e relevante para a função?
- Os membros da minha equipe se sentem seguros para falar?
- Estamos reconhecendo o esforço e o progresso, não apenas os resultados?
- Reservei tempo para o crescimento — em calendários, orçamentos e cultura?
O futuro do trabalho não se resume apenas à IA ou a modelos híbridos, trata-se de liderança.
Os líderes devem assumir o comando, porque avanços não acontecem por acaso.
O futuro é construído com intenção, investimento e iteração e isso, não deve mudar porque o mercado favorece os empregadores.
O pêndulo sempre oscila.
As organizações que perduram são aquelas que se preparam para os dois lados da moeda: investir nas pessoas quando é fácil cortar custos e liderar com clareza quando o caminho à frente é incerto.
Fonte:
Consultoria Gallup.
Época Negócios – Futuro do Trabalho.
Mundiblue.
