Apenas 4% das 500 maiores empresas brasileiras têm negros no corpo executivo, aponta ativista

A presidente nacional da Unegro (União de Negros e Negras pela Igualdade), Ângela Guimarães, destacou na terça-feira dia 22/08/2017 que apenas 4% das 500 maiores empresas brasileiras contam com negros no corpo de direção executivo e menos de 1% contaria com mulheres negras na direção executiva

 

Para Ângela Guimarães, a “a mulher negra se encontra na base, no subsolo, da pirâmide estrutural do mundo do trabalho”. Fotografia: A Tarde/UOL

 

Os dados são de pesquisa feita pelo Instituto Ethos, e, segundo a palestrante, não se alteram desde 2010.

As declarações foram dadas em seminário LGBTfobia e Racismo no Mundo do Trabalho, promovido pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público.

Segundo ela, a mesma pesquisa mostrou que 56% de aprendizes e estagiários nessas empresas são negros. Ela defendeu a realização de censos oficiais sobre a presença de negros, mulheres e pessoas LGBT no mercado de trabalho.

 

Cotas raciais

Conforme Ângela, a barreira da escolaridade para o negro foi em grande parte superada, já que as cotas possibilitaram a ascensão ao ensino superior.

“Mas não houve essa mesma correspondência no mundo do trabalho, ambiente de desmonte de direitos sociais e trabalhistas pelo atual governo pode piorar esse quadro”.Diz

Ela defendeu um engajamento das empresas e do serviço público para aproveitar toda a capacidade da população negra, incluindo comitê pró-equidade, política de cotas e programas de capacitação.

Para a palestrante, o racismo, o patriarcado e a LGBTfobia são estruturantes do mundo do trabalho, e não exceções.

“A mulher negra se encontra na base, no subsolo, da pirâmide estrutural do mundo do trabalho. Mulheres negras recebem apenas 35% do que recebem homens brancos desempenhando as mesmas funções” ressaltou.

Ângela salientou a importância do trabalho para a dignidade e a emancipação.

“O direito ao trabalho deveria ser universal, mas o que nós vemos não é isso: a estrutura do mundo do trabalho é absolutamente desigual”, apontou.

 

 

Fonte:

Câmara dos Deputados

www2.camara.leg.br

Democracia e Mundo do Trabalho em Debate

www.dmtemdebate.com.br

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